sábado, 26 de dezembro de 2009

Uma outra estória do Natal

Quem incluiu uma oportunidade como presente do bom velhinho pode encontrar nesse áudio muitas respostas para 2010


Saia do quadrado

O Negócio é materializar ideias e abstrair objetos
A proliferação de mídias e formatos publicitários gerou indiferença do consumidor para as formas tradicionais de conquistá-lo. A publicidade foi obrigada, então, a reinventar seus formatos e a si própria.
Criar uma caixa de remédio para dizer que só sendo louco para não estudar na nossa faculdade ou de criar um lápis que, quando apontado vai acabando com o analfabetismo. É esse o caminho que a publicidade vem trilhando para romper a inércia de pessoas, que são bombardeadas com dezenas de apelos publicitários previsíveis: é o folder para um condomínio e um fly para a balada de sábado.
A estratégia é dar uma nova função a um objeto que já existe e a acrescentar a ele uma função publicitária. (coisas da Viviane menna). Nessa corrente de comunicação a Faculdade do Pará – Fap –promoveu uma campanha no início do ano tendo como matéria-prima uma caixa de remédios trazendo a inscrição “Só os loucos não mudam pra Fap”. A caixa de remédio continha uma bula que explicava os inúmeros benefícios de mudar para a Fap.
Para o Diretor Geral da Faculdade do Pará, Ricardo Paul, a intenção de materializar idéias e abstrair objetos é quebrar paradigmas, causar impacto. Ele afirma que com ações dessa natureza o público é surpreendido quando vê que o objeto não é o que ele esperava e isso é extremamente positivo. “O retorno da campanha foi ótimo, nunca conseguimos tantas transferências externas, além disso, acredito que o ganho qualitativo para a nossa Comunidade de Ideias foi enorme, avalia ele.

Os custos operacionais, a escassez do tempo e a desconfiança do anunciante quanto à eficiência prometida são, todavia, obstáculos para a execução da refuncionalização.
Quando se usa um objeto para comunicar uma idéia as possibilidades de sucesso se multiplicam, mas junto com elas, os riscos. Ricardo afirma que deixou de imprimir um “G” na caixa de remédios para não dar margem a interpretação mal-intencionada de que a Faculdade era genérica.
Agora que você já sabe o que é materializar idéia vamos lá, saia do quadrado, ou dos quadrados.

CBN - A rádio que toca notícia - Lucia Hippolito

CBN - A rádio que toca notícia - Lucia Hippolito

São profissionais como a Lúcia que nos fazem ter fôlego e acreditar na função social do jornalista.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Quem faz a publicidade Paraense


Você já viu os cartazes do Círio de Nazaré? Se encanta com ele? Então, como prometi, tenha o prazer de conhecera criadora deles: Maria Alice Penna. Ela é uma das mais proeminentes publitárias do mercado regional. Nessa súltimas semanas pelo menos três logomarcas suas foram para na coluna "Novo!" do Clube de Criação de São Paulo. Ela é Diretora de Arte da Mendes Publicidade há quase 10 anos, e fala um pouco de seu início na propaganda, clientes, as coisas legais e chatas dessa profissão e muito mais. Confira!

Maria Alice, sua formação acadêmica é arquiteta. O que lhe levou a trabalhar com Publicidade ?
Não deixei de trabalhar com arquitetura nunca, mas mesmo antes de terminar a faculdade já trabalhava com design gráfico, e as agências eram os únicos lugares que absorviam um profissional dessa área na época em que fui atrás de um emprego fixo.

Como foi o início dessa transição de carreira ?

Não houve problemas, não foi uma transição, só fui procurar me empregar numa agência de publicidade depois de ter um nome reconhecido no mercado na área de design gráfico, já tinha larga experiência com produção gráfica e havia passado pela docência também no Departamento de Comunicação da UFPA. Devo minha trajetória a muitas pessoas, dentre elas o ex secretário de cultura, Paulo Chaves, que desde que eu era estudante sempre me incentivou nessa área.

Hoje, é mais difícil entrar no mercado Publicitário sem uma formação específica em artes ou comunicação ?
Vejo que sempre existem espaços para os bons profissionais independentes de onde venham. Não adianta você ter formação específica e não ter disciplina, ética, cultura, informação, humildade, senso crítico…isso não se aprende necessariamente numa faculdade, não é o diploma que garante isso. Mas o mercado não absorve qualquer um não, está mais exigente, a concorrência é maior e a oferta de mão de obra ampliou-se muito nos ultimos 5 anos.

Qual a primeira agência que você trabalhou? Você encontrou resistência para entrar no mercado ?
Encontrei resistência sim, pois muitos donos de agência me viam com preconceito, justamente por fazer parte de um pequeníssimo grupo de designers independentes em Belém, digo independentes pois fazíamos nossos próprios clientes e nossos nomes sem precisarmos de uma empresa grande por trás. Lembro-me que quando comecei, final dos anos 80, fui procurar uma agência para oferecer meus serviços em design, um cartão de natal diferente, o dono me olhou e disse: – Muito bonito seu trabalho mas o que meus clientes vão pensar se eu contratar um profissional de fora do meu quadro de criativos? Que meus diretores de arte não são criativos? Achei aquela resposta muito retrógrada, mas infelizmente até hoje persiste. Minha idéia nessa época era servir as agências com esses trabalhos específicos, uma espécie de terceirização, mas não colou não. Agora o caminho inevitável talvez seja esse, oferecido a mais de 20 anos. Trabalhei anos a fio, sábados, domingos e feriados para fazer meu nome sozinha, e muitas vezes não recebi um tostão por eles, só queria mostrar o trabalho. Anos depois quando me senti preparada fui oferecer meus trabalhos na Mendes, em uma semana fui contratada, e estou aqui vão fazer 10 anos.

O que há de mais legal e chato em ser publicitário ?
Legal é ter sempre trabalhos e clientes muito diferentes, acho legal a diversidade. Chato é ter que decifrar o que eles querem de fato, as reuniões intermináveis para não se resolver nada e a exigência de que façamos tudo rápido por usarmos computador, mas o computador é um bicho bitolado.

Os anunciantes amadureceram ao longo de sua carreira, ou continuam tendo uma compreensão limitada sobre Publicidade e Marketing ?
Amadureceram bastante, mas ainda têm uma compreensão muito aquém do esperado por nós. Haja paciência.

Como é a sua rotina de trabalho ?
Muito louca, não paro, de manhã, a tarde e a noite. Estou em 3 lugares diferentes e quase ao mesmo tempo, Mendes, Casa Brazilis Design e FAP. Desplugo numa e plugo na outra. Mas minha meta para 2010 é desacelerar ficando com algumas tardes livres para coisas mais prosaicas.

Qual a saída para quem acaba de se formar e se depara com a dura realidade do mercado ?
Fazer seu caminho sem pensar nas dificuldades. Os mercados sempre foram difíceis, na minha época não tinha computador, nem gráficas boas, nem clientes com esclarecimento, nem nada; tivemos que começar praticamente do zero, aprender tudo sozinhos, isso nos fez mais fortes, mais resistentes talvez, não havia mercado, o criamos com muito trabalho e muita dedicação. Agora é a vez de vocês continuarem e aperfeiçoarem a obra. E isso não se consegue da noite para o dia e nem esperando que caia do céu uma boa oportunidade de emprego.

Hoje, você é reconhecida como um dos ícones da propaganda regional. Qual o fator determinte para o seu sucesso ?
Esse era um título que não gostaria de ganhar nunca, será que sou mesmo? Bem, se sou, então agora devo apressar-me para abrir minha loja de botões e passamanarias antes que eu vire um mito ou uma lenda viva. (risos).
Respondendo a sua segunda questão, nunca me preocupei com o sucesso, sempre me preocupei em oferecer um trabalho coerente com meu pensamento, atender os clientes com ética e boa vontade, ser muito crítica com a minha própria produção e não olhar para os lados para me comparar com ninguém. Acredito que a fórmula do sucesso profissional está na capacidade de você se manter no mercado com esse perfil por longo tempo e fazer isso espontâneamente, sem muito planejamento não.

sábado, 19 de dezembro de 2009

O desgraçado contentamento com a mediocridade

Cidadão - O resto eu não sei, mas o funcionalismo ele está pagando direitinho, o carro do lixo passa todo dia..."
Eu - Mas ele não está fazendo nada além da sua obrigação, aliás isso é omínimo que ele pode fazer!
Cidadão - É o mínimo, mas o anterior(leia-se Alexandre Buchacra) não fez.
Eu - Meu amigo se nós nos habituarmos a tomar como referência sempre o pior não sairemos da merda nunca!

Essa é a reprodução de uma conversa que tive com um desconhecido no táxi que ia de Belém pra Capanema há duas semanas. O cidadão insistia em em convencer os passageiros que o prefeito de Capanema estava indo muito bem, argumentando o pagamento em dia do funcionalismo e a coleta regular de lixo!Mas como ??

Fiquei pensando e o que me preocupou ainda mais foi me dar conta de que esse raciocínio (in)lógico de considerar o regular muito bom, por tomar como referência o péssimo, é corrente na população brasileira. Não se trata de criticar o mandato do atual prefeito de Capanema(Eslon Martins), votei nele inclusive. Talvez até nem tenha elementos suficientes para analisar seu mandato. Mas tenhi certeza de que o povo padece de um péssimo hábito, decorrente de suas frustrações com os políticos, ele sofre de um crônico e desgraçado contentamento com a mediocridade