domingo, 19 de setembro de 2010

Um amish visita uma sala de conferência na Amazônia

Olá caros irmãos,

Venho por meio desta relatar uma experiência que tive na Amazônia, esse lugar tão famigerado cuja reputação e exageros chega até nosso longíquo vilarejo, onde não precisamos dessas inutilidades com os quais o homens que são chamados "da floresta" usam para se esconder seus verdadeiros sentimentos, suas aspirações e principalmente o medo de entrar em contato com o outro.

Cheguei a Belém e na Universidade Federal do Pará, um instituto de conhecimento semelhante ao nosso estudo bíblico, mas que estuda muitas outras coisas. Lá fui acolhido por uma turma simpática de alunos de Jornalismo.

Liderado por uma professora que ostenta elegância e bastante conhecimento de uma ciência ... semiótica: ela disse ser a ciência dos signos...(depois dizem que nós que somos estranhos). Ela me contou que gentilmente intimou seus alunos, por um aparelho que faz várias coisas, de cálculos, conversas e até cartas (eles chamam tudo isso de computador), para uma conversa por meio de um aparelho quadrado no qual a gente vê outras pessoas em outros lugares... no começo até pensei que era assombração, mas percebi que era um jeito que eles usam para se comunicar.

Nessa reunião que eles chamam de virtual, eles apregoam que estão todos num ciberespaço... um espaço que não é real, mas que todos estão compartilhando uma experiencia única em um lugar imaginário que materialmente não existe... sei que vocês irão dizer que estou me baseando no Platão para inventar essa estória. Mas, por mais abstrato que seja, a experiência é real!(é comecei a absorver esse espírito entusiasta com esses trecos comunicativos).

Numa sala da Vivo, uma empresa, estávamos conectados com outras pessoas, pódíamos ouvi-las e vê-las apesar da imagem ruim(se comparado com a tv, mas isso é estória pra outra carta). Mas o mais barato é podíamos falar também, apesar de o único uso que fizemos de nosso direito de falar serviu para desconcentrar outras pessoas que diziam ser do Rio Grande do Sul, uma terra distante, mas ainda no Brasil e que tem pessoas bem parecidas com nosso povo.

Nessa esquisita reunião ouvimos algumas pessoas falarem sobre educação, que estavam no ciberespaço é claro! Uma indiana contou como usou esses tais computadores para disuctir e tentar reduzir os índices de uma doença que aparentemente é bem perigosa porque deixa as pessoas sem as defesas naturais do nosso corpo, chamam ela de HIV. Outro palestrante (é tipo um pastor, que divulga nossas ideias religiosas às vezes, mas não somente) falou do homeschooling, o nome é complicado mas a ideia é simples apesar de ser meio absurda. Imagina que eles propõem que ao invés de irem à escola, como incentivamos inclusive em nossa congregação, que se estude em casa com a ajuda do tal computador. sim, sim, tudo no ciber espaço.

Comecei a gostar disso que parece ser o Deus dele, chamam de tecnologia. Do jeito que eles falam parece que ela resolve tudo, compra o alimento, vigia o seu filho, aproxima as pessoas, dá até pra namorar segundo eles. A tal tecnologia é algo estranho, ao mesmo tempo que os aproxima, os afasta. É com eles eles querem falar com cinco pessoas ao mesmo tempo. alguns são tão fanáticos por tecnologia que usam ao mesmo tempo o tal computador e outro aparelho, o celular. Com ele eu poderia ouvir a voz de vocês e vocês a minha. Agora tenho que ir. Antes de ir embora tenho que conhecer o twitter.

Até mais, espero que na nossa próxima vez a minha carta chegue mais rápido, quem sabe a gente não se vê... no ciberespaço.